Actividades

25/10/2021
Online

Sexto Encontro - Proteger as Crianças e os Idosos: O Papel da Família e do Estado de Bem-Estar ao longo da História

6th Meeting - Protecting Children and the Elderly: The Role of the Family and the Welfare State throughout History

O envelhecimento da população é um dos principais desafios na agenda política dos países desenvolvidos, especialmente em termos de adaptação do Estado-providência. Neste projeto, investigámos como as transferências intergeracionais mudaram nas últimas décadas, na sequência da introdução do Estado-Providência. Para o fazer, utilizamos a metodologia das Contas Nacionais de Transferência (NTA). Isto estabelece um método normalizado para a obtenção de estimativas comparáveis entre países. Desde a sua criação em 2000, foi implementado em mais de 80 países em quatro continentes. Em suma, o método elabora uma imputação por idade dos agregados das Contas Nacionais, acrescentando uma estimativa das transferências familiares. Como resultado, são obtidos perfis etários para diferentes fluxos económicos num determinado ano, mostrando como os recursos são produzidos, consumidos e poupados por idade. Além disso, medimos a medida em que estes recursos são redistribuídos entre as idades através dos três mecanismos possíveis disponíveis: mercados, família e sector público.

Neste projeto, desenvolvemos estimativas históricas a fim de investigar o efeito da introdução do Estado-Providência nestas reafectações de recursos e no bem-estar. Foram obtidas novas estimativas históricas a partir de bases de dados microeconómicos para Espanha (anos 1980 e 1990), para Portugal (anos 2000, 05, 10 e 15) e comparadas com as estimativas feitas nos Estados Unidos para anos semelhantes. Estas comparações permitem, por um lado, analisar o impacto diferencial da crise iniciada em 2008 e, por outro lado, a evolução histórica das transferências intergeracionais com a introdução do Estado-Providência. Ao longo do processo, a principal fonte de financiamento do consumo das crianças continua a ser as transferências familiares. No entanto, a principal fonte de recursos para os idosos torna-se o sector público em Espanha, enquanto que nos Estados Unidos é um património. Os nossos resultados recomendam a adopção de uma perspetiva de ciclo de vida ao avaliar o impacto das políticas do Estado Providência.

Painelistas:

Concepción Patxot Cardoner

Professora no Departamento de Economia da Universidade de Barcelona e membro da Equipa de Análise Económica de Barcelona (BEAT), dirige a Xarxa de Referència en Economia i Polítiques Públiques (XREPP). A sua investigação sobre a interação entre demografia, economia e políticas públicas, especialmente transferências intergeracionais, levou-a a mais de 25 artigos em revistas especializadas, para além de participar em 40 outras publicações (livros, relatórios, etc.). Participou em mais de 30 projetos, muitos deles como investigadora principal, a nível regional, nacional e europeu. Entre 2006 e 2010 coordenou a investigação sobre os efeitos do envelhecimento da população no Instituto de Estudios Fiscales (Madrid). Tem realizado estudos para vários organismos da administração pública a nível regional, nacional e europeu. Tem colaborado como conselheira da Comissão Europeia em matéria de políticas de pensões, saúde e dependência no quadro do método aberto de coordenação. Aparece frequentemente nos meios de comunicação social em debates sobre a sustentabilidade do sistema de pensões.

Pedro Luís de Oliveira Martins Pita Barros

Pedro Pita Barros iniciou a sua carreira académica como professor assistente na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa em 1988 e, desde Julho de 2002, é professor na mesma instituição. Publicou o seu primeiro trabalho na área da saúde em 1995 - Financiamento do sistema de saúde em Portugal - em co-autoria com Diogo de Lucena e Miguel Gouveia. Tem mais de 150 publicações na área da saúde. Isto faz dele um dos investigadores portugueses mais publicados em economia da saúde nos últimos 25 anos. Tem um livro publicado pela Almedina - "Economia da Saúde" - que já teve várias edições, para além de ser editor de outros títulos da mesma coleção. É editor-chefe do International Journal of Health Economics and Management desde 2008 e membro do Conselho Editorial da Health Care Management Science desde 1998. Ocupou também cargos editoriais em Economia da Saúde, Journal of Health Economics, Revista Económica Portuguesa e membro do Conselho Científico da Acta Médica Portuguesa. Foi editor de um dos mais importantes artigos em Economia da Saúde: o Handbook of Health Economics (Volume 2) com Thomas C. McGuire e Mark V. em Julho de 2012. Desde 2012, é membro do Painel de Peritos em Formas Eficazes de Investir na Saúde da Comissão Europeia para o Investimento na Saúde. Entre 2005 e 2010 foi membro do Comité do Prémio Kenneth J. Arrow, atribuído anualmente pela Associação Internacional de Economia da Saúde. Foi também membro da Comissão para a Sustentabilidade do Financiamento do Serviço Nacional de Saúde através da nomeação do Ministro da Saúde e do Ministro das Finanças entre 2006 e 2007. E Presidente da Comissão para a Reforma do Modelo de Assistência na Doença dos Funcionários do Estado (ADSE), nomeada pelo Ministro da Saúde em 2016. Já recebeu vários prémios e distinções como Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, distinção atribuída pelo Presidente da República Portuguesa, Dr. Jorge Sampaio, em Junho de 2005.

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